16 outubro 2006

O côncavo é um convexo ao contrário?

André Nobreza perguntou:

O côncavo é um convexo ao contrário?

Prezado André, filosoficamente sim, pois na essência de toda concavidade está contida o seu oposto. Segundo o teorema de Schultz, todo espaço que se curva e se deforma, produz uma potencialidade de deformação igual, só que em sentido e valor contrários. O termo potencialidade é muito importante e está no cerne do pensamento sistêmico topográfico de Henry Schultz. Ele indica a possibilidade de acontecimento, que não necessariamente é realizada no devir da situação. É como se o cosmo se abrisse ao ser curvado e oferecesse, em contrapartida, uma outra solução possível (mas não real) ao ponto de instalação de novidade formado pela curvatura espacial. Schultz passou grande parte de sua vida demonstrando matematicamente essa “brincadeira topográfica” do universo conhecido. Seu famoso teorema [ Ci = -(p.ve/cr2)] pode ser explicado de uma maneira simples como: a curvatura imaginária (ci) é resultante do valor negativo da possibilidade de curvar (p) multiplicado pela variação do espaço (ve) dividida pelo quadrado da curvatura real (cr). Um dos primeiros desdobramentos desse teorema foi sua aplicação (com as devidas adaptações para velocidades próximas à da luz) na curvatura dimensional provocada pela enorme quantidade de massa encontrada nos buracos negros. DeBruniere e Palma, num excitante artigo de 1982 chamado “Where’s the light? Is possible to massive black holes behaviours like tears in the rain?” publicado pela Science and Universe ampliaram o teorema acrescentando variáveis cosmológicas específicas como, por exemplo, a possibilidade de deformação temporal e a topografia do horizonte de eventos. Os autores, nesse artigo, demonstraram matematicamente que toda matéria condensada pela estrela colapsada produz uma concavidade espaço-temporal em nosso universo e, concomitantemente, uma possibilidade de convexidade no universo para qual toda matéria (da estrela) está sendo enviada. Assim, ampliaram o conceito filosófico de côncavo e convexo, demonstrando matematicamente a possibilidade de sermos um universo côncavo de um outro convexo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, então tá!
Muito obrigado pela resposta, hein!!!