Por que sempre que marcam um show ao ar livre em Ribeirão chove?
Prezado amigo incorformado com as águas que caíram nas altas noites. Jonathan Kaplan, conceituado neuro-eletro-físico de Cambridge, pesquisou durante anos a condução dos impulsos nervosos pelas fibras mielinizadas dos axônios e dendritos dos mamíferos mais desenvolvidos filogeneticamente. Todo mundo se lembra daquela viadagem das mebranas que deixam passar sódio para cá, potássio para lá, criando uma eletricidade. Jonathan provou que a somatória de pequenos campos elétricos gerados por todos os impulsos nervosos produz um campo elétrico pessoal e particular de cada pessoa. Anos depois desse seu trabalho pioneiro (The nature of the human electric fields, Kaplan, J. C. and cols. Science, 1984) o famoso pesquisador, durante uma temporada na UFBA em Salvador, ampliou seu conceito inicial de campo elétrico humano gerado pela atividade elétrica nervosa total e começou a pesquisar possíveis fatores que pudessem interferir nessa atividade elétrica corporal. Alguns cientistas baianos que conviveram com o renomado pesquisador comentaram a boca pequena que todo o trabalho de Kaplan sofreu uma mudança de paradigma após o seu contato com o eletrizante carnaval baiano. Kaplan, impressionado com a magnitude do evento ( e com uma baiana porreta que fez o cientista gemer sem sentir dor), endoidou e começou a pesquisar o CEHUT (Campo Elétrico Humano Total), termo definido por ele como o campo elétrico gerado por uma grande massa de indivíduos sintonizados em uma mesma freqüência de energia. Uma das conclusões de sua pesquisa com o CEHUT foi que em condições atmosféricas específicas a emissão do CEHUT pode produzir uma onda elétrica na atmosfera que ioniza as partículas de água do ar. Essa ionização, por sua vez, diminui a distância entre elas, aumentando o coeficiente de condensação e a quantidade de nuvens. Ë por isso que, quase sempre chove no carnaval.
No caso específico de sua pergunta, o fato de Ribeirão ser uma cidade muito quente e, ao mesmo tempo, com poucos eventos culturais ao ar livre que mereçam a nossa atenção, produz as condições ideais, postuladas por Kaplan em um segundo artigo seminal escrito para a Nature (1993) chamado Circunstancials and total human electric fields as a result of specific coletive human events. Essas condições podem ser resumidas da seguinte forma: O pré-conhecimento da possibilidade de um show interessante pela comunidade de humanos interessados em uma cidade carente de eventos culturais significativos feitos ao ar livre produz uma potencialização do CEHUT gerado normalmente nessas condições. Esse campo elétrico extremamente forte, quase que três vezes maior que o esperado em condições normais de cultura e pressão, agrega também, por sua vez, três vezes mais gotículas de água suspensas na atmosfera o que, fatalmente, gera CHUVA.
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