02 outubro 2006

Por que mandavam a gente comprar baton?

Vera Millioti perguntou:
Por que mandavam a gente comprar baton?

Prezada e infinita amiga Vera, no início da década de oitenta, o imperialismo ianque sentiu que seus métodos tradicionais de opressão e imposição de valores e costumes, começavam a fraquejar. Não sei se pelo excesso de pessoas conscientizadas, se pelos formadores de opiniões que, após estudarem em escolas politizadas, começaram a contestar as horripilantes técnicas que o grande satã costumava usar para arrematar suas hostes de escravos, tudo começou a declinar. Você assistiu ao filme, não assistiu? O declínio do Império Americano. Pois é, dando uma bela resumida, os ianques perceberam que métodos mais sutis de doutrinação, poderiam acarretar um melhor resultado frente à população esperta que precisavam converter. Uma de suas mais famosas campanhas de programação foi a famosa publicidade do chocolate Baton. Designaram um jovem médico chamado Lair Ribeiro para coordenar o núcleo de atuação do P.A.M.M.I.S. (Programa de Alteração Mental Mediante Indução de Serotonina) no Brasil. Este programa sórdido baseava-se em estudos que haviam comprovado que o neuro-transmissor central serotonina (5-HT) é responsável por estados de tranqüilidade e satisfação no sistema nervoso central. Vale a pena lembrar que, na nossa cabecinha, existem zilhões de conexões entre os neurônios chamadas sinapses. O mais bonito numa sinapse é que, apesar dos neurônios se conectarem e transmitirem “informações” uns para os outros, eles nunca se encostam. Existe sempre uma fenda, um buraco entre eles, pelo qual a informação elétrica de um precisa pular para chegar até o outro. O coitado do impulso nervoso chega até a porta do buraco e não sabe como chegar ao outro lado. É nessa hora que entram em ação os neuro-transmissores, eles são os barquinhos que levam o pobre impulso nervoso de um lado para o outro, através da fenda sináptica. A serotonina é um desses neuro-transmissores e, quando é despejada em baldes em nosso cérebro, produz uma sensação de bem estar. Ou seja, níveis elevados de serotonina são encontrados em pessoas de bem com a vida, prestes a atingir o orgasmo, usuários de drogas e pessoas que comem muito chocolate. Como pegava muito mal para o P.A.M.M.I.S. lidar com a sexualidade emergente (ou mesmo com o uso de drogas) das crianças pré-púberes que seriam o público-alvo do projeto, optou-se pelo uso do chocolate como fator indutor da elevação da serotonina central. Esse poder do chocolate é bastante conhecido e, ao elevar a serotonina cerebral, produz uma ampliação da consciência e um relaxamento das defesas mentais para as novas idéias (ou ordens ou instruções). Percebeu, né? Crianças indefesas são induzidas, por uma massiva campanha publicitária, a comprarem chocolate de uma forma explícita e nem um pouco subjetiva. O anúncio era claro: Compre Baton! Atuava como um mantra hipnótico que enviava as pequenas criaturas para as mercearias, os bares e as cantinas escolares em busca do pequeno tubo de cacau e açúcar. Depois, dopados que estavam, suas cabecinhas virgens eram manipuladas pelos lacaios do imperialismo e seu plano sujo e torpe. Por um bom tempo, a coisa funcionou tão bem que, mesmo sem saber por que, até hoje as pessoas ainda se perguntam: por que mandavam a gente comprar baton?

Um comentário:

Anônimo disse...

Vera: deixe de comer chocolates por uns tempos e de passar em seus lábios o "stick" colorido, que você mesma irá responder a pergunta tão simples. Beijo,

Dalmo